domingo, 16 de dezembro de 2007

Retomando o blogue

Já devia ter aparecido há mais tempo. Não foi possível. Retomo o blogue com algumas referências significativas dos últimos meses.
Em breve darei conta, ainda, de dois projectos que, embora suspensos, continuam a ser fonte de reflexão: Os Encontros Nacionais de Professores e Pesquisadores da Filosofia Brasileira que se realizaram em Londrina, no Paraná, de 1989 a 2001 e revista Teoremas de Filosofia.
Sobre os Encontros e os Teoremas tenho em meu poder depoimentos dos seus respectivos mentores:Leonardo Prota e Joaquim Domingues.Dentro de dias estarão, aqui, os textos que, amavelmente, me foram cedidos.
Mas, voltando a novidades recentes, não é possível esquecer a Homenagem que foi prestada a Fernando Gil.Incluo, também três obras que acabam de sair e cuja leitura, vivamente. se aconselha.

HOMENAGEM A FERNANDO GIL


Texto de Tiago Videira sobre a Homenagem

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Três livros, três autoras



"(...) A busca de um sentido e de um significado para o logos poético presente no pensamento ibérico de que nos fala Maria Teresa de Noronha conduz-nos a uma surpreendente descoberta de desertos filosóficos em que não supeitaríamos encontrar o que não raras vezes tanto desprezamos. Para essas vozes especulativas, desatendidas, contribui alguma obsessão receptiva do apenas diferente, como se não houvesse na Península e no mundo que Portugueses e Espanhóis descobriram, espaço e tempo essenciais para o decisivo enfrentamento não só da universalidade especulativa mas também da busca de identidade cultural, ess, como se sabe, menos propensa a deserções ou distanciamentos porque colada à pele de cada povo, para o bom e para o menos aproveitável.Entre experiências marcantes, mesmo que susceptíveis de aproximação de sensibilidades e lugares, figura a saudade enquanto sentimento, expressão e meditação de finitude e horizonte cósmico, de sentido nostálgico e presença de futuro, de tempo e eternidade, de ser e de amor.A obra de Maria Teresa de Noronha não é uma topografia que nos remeta para o mais acidental da cultura, para movimentos de ideias com as suas histórias e polémicas próprias, para intricados debates semiológicos diacrónicos e sincrónicos desse termo saudade. Mas, em todo o caso, também destas coisas somos bem informados, porque a própria natureza do estudo o exige(...)"
Do Prefácio, da autoria de José Esteves Pereira
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Este livro é uma colectânea de textos. Escritos nos últimos doze anos: entre 1996 e 2007. Colectânea é recolha. É colecção. Mas é também colheita.Colheita que se enfeixa, que se guarda em fardos ou no celeiro, se se tratra de cereal.Trata-se de cereal. São textos alimentícios, nutritivos. A autora semeou, e á hora de recolher na unidade de um livro, do celeiro que é este livro. Celeiro para nós muito mais do que para a autora.Este livro, este celeiro, é-nos oferecido pela autora.Para nosso alimento. Para nosso alimento arrecadou agora. Este livro é uma sua arrecadação, a pensar em nós, leitores.

in Prefácio de Manuel Ferreira Patrício
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A filosofia de José Ortega y Gasset(1883-1955) apresenta um pendor prático incontornável, resultado do seu empenhamento na reabilitação da realidade circunstancial, mas também o espelho da sua vocação filosófica, cativa de uma poiesis ao serviço da perfeição e da plenitude das coisas.Como refere Ortega o que está em jogo é a ideia que o homem tem do próprio homem.

Da contracapa da obra